Razões & Balanços
Pois dando seqüência à série “Abandono total do blog: a justificativa”, eis que finalmente re-apareço, depois de inacreditáveis e aceleradíssimos três meses e onze dias de sumiço virtual.
A vida, como muito bem disse Merilú, está mais dura do que nunca.
Não só pela correria de sempre com a falta de dinheiro usual, mas principalmente pelo acúmulo de anos da junção desses dois ‘fatores’, que faz a pessoa quase ter um peripaque no auge de seus recém completados vinte e nove anos.
Hora de pensar se vai ser o caso de se passar o resto da vida resolvendo os problemas alheios mesmo. Ou se finalmente vai ser colocado em prática o Plano B, de fugir para a praia e viver de amor & pesca.
Não acredito que chegue a este extremo, mas uma saída alternativa é a solução única que surge, brilhante e piscante, no fim desse túnel praticamente infindo em que nós mesmos nos colocamos. Solução única, bem entendendo, caso se queira chegar saudável aos quarenta. Se isso não for preocupação, o estilo de vida atual pode prosseguir.
Mas, no meu caso, é.
E todas essas reflexões são feitas, somadas à crise da qual inocentemente achei que estava alheia – a da chegada dos inta –, sem que a pessoa tome a decisão de uma mudança radical, porque algo por demais tradicionalista e extremamente careta ainda a prende em seguir a profissão para a qual foi preparada por cinco anos de faculdade, e seis outros de experiência prática.
E não que eu não goste, veja bem, que eu não sou assim tão louca. Há coisas que eu gosto, e muito. Tirando os atendimentos pessoais, os prazos curtos e sucessivos e todo aquele trabalho político de bastidores, eu gosto da coisa toda. Mesmo. Só que tirando tudo isso, sobra uma profissão bem diferente da atual, eis o problema.
Mãs.
Chega da rabugice.
Os vinte e nove me foram muitíssimo generosos e o balanço, no final das contas, é berrantemente positivo. Graças.
Amizades verdadeiras e duradouras. Daquelas que tanta gente passa a vida toda procurando ou tentando se convencer que tem, mas que não sabe nem de longe a felicidade de realmente tê-las. Um alívio, um alento. Ar fresco para se respirar nas turbulências. Né, filhas? E filhos também. Obrigada a vocês então, do fundo do coracebo, por essa coisa toda de a gente se fazer cada vez melhor uns aos outros.
Um amor tranqüilo, sem sabor de fruta mordida, mas daqueles que dão a força que nos falta, que nos faz imaginar como é que passaria por tudo isso sem ele, e agradecer por esta sorte imensa de ter as diarices mais banais acompanhadas de perto por alguém tão afim, sabe como. E de encontrar um companheiro fiel e incansável para se passar por esta existência às vezes tão ingrata. Né, cara de boi?
E a familiagem de ouro, por assim dizer. Criam, alimentam, educam, e depois ainda mantêm as bases e não cansam de receber e entender. O tal do amor incondicional. Acho que também não são todos os que passam por aqui contando com mais esta certeza, esta segurança, não importa como e nem porquê. Então, agradecidas a vocês por primeiro e também, família buscapé.
Duzentos e vinte e cinco assuntos misturados, vinte e nove anos mais confusos e agitados do que nunca, e eis que o balanço positivo surge, pra gente parar de se lamentar por pouco ou quase nada, perto da grandeza das cousas outras.
8 de setembro de 2007
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5 comentários:
Éééé.
Ninguém passa imune aos quase trinta...rsrsrs
Mas como são bons os balanços, pra gente ter a real dimensão do que já foi construído e das pequenas grandes sortes que teve na vida, das quais tantas vezes nos esquecemos quando no embate com as lamentações pelo o que ainda não veio.
Kerol monamour, teus 29 serão tão cheios de amores e sortes como as idades que já passaram, somente porque tu és a pessoa que inspira tudo isso!
Loviúúú!
Õõõõmmm, que tão mais lindo isso seu, Merilú. Talvez porque direcionado a mim, a mim e maaais ninguém. Hahaha, ai ai menina.
Mas veja né, que os balanços são necessários, embora cada vez mais raros. Que te contar, o tempo está cada vez mais curto e toda a correria e trabalheira e cansaço, que eu chego a ficar com preguiça de refletir, assim.
O que é feio, muito feio. Eu sei.
Mãs. Acontece.
Mas o love é recíproco, bem sabes.
Aliás, love todas e todos iús.
Carol, saudade dos teus escritos, neguinha!
A crise dos -inta eu entendo muito, mas, quando se está a três anos de entrar nos -enta para não mais sair, percebe-se que ter trinta anos é a coisa mais linda. Te juro, é a melhor idade. Algumas poucas semanas após o fatídico aniversário, você vai perceber isso também.
Esse algo que "[...]ainda a prende em seguir a profissão para a qual foi preparada por cinco anos de faculdade, e seis outros de experiência prática" torna a virada de mesa praticamente impossível. Esse algo, no meu caso, chama-se segurança. Se não fosse tão apegada a essa contingência, já tinha abandonado tudo em favor do "amor & pesca".
Welcome back!
Lys, essa menina, quanto tempo!
Pois ausentei-me por demais deste mundão virtual, de onde pretendo não sair tão cedo.
Ó hein, vou acreditar em vc nessa história dos inta serem a mais linda idade ever, depois vou aí pra cobrar se não for nada disso!
Mas fé, muita fé. E que o balanço seja sempre bem positivo.
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