Já que o tempo passou
E provavelmente ninguém mais se aprochega a este espaço perdido entre tantos outros milhares de novos espaços surgidos de lá pra cá, peço licença para um diálogo público com a capanheira Mariana, amiga de todas as horas e co-proprietária desta bodega.
Merilú, que fazer.
Que depois de muito mais de seis meses sem nem abrir a coitada desta página, e depois da idéia de bar de de repente inaugurar outra página para mudar de ares e ver se a coisa re-engrena (que eu nunca deixarei de usar hífen e trema), agora que cá vim, tenho eu as minhas dúvidas.
Que a gente se apega aos filhos, né mesmo?
E lendo as escritas de outrora, concordo contigo em tudo: ó, a espontaneidade. E pergunto aqui logo em seguida: para onde diabos ela foi?
Eu mesma nem reconheço a capacidade e a criatividade dos textos escritos, lá no falecido outro blog. Mesmo nas épocas róseas, a coisa ia ao menos livremente, sem pensar e sem precisar ter tempo.
Agora não se tem tempo, não se cria tempo, e no pouquíssimo que se tem, as coisas não fluem. Não se tem idéias, nada vem e só se quer descansar. Descansar do trabalho, dos prazos, dos clientes, do trânsito e da semana que se vai com uma rapidez desesperadora. De ligar a televisão, pois nem pro silêncio se tem mais paciência. Sobre isso tem alguma coisa num texto do Rubem Alves, que eu estou lendo, mas não está aqui. Fico devendo.
E daí que a gente perde o fio da meada, de tanto desacostume.
Mas o facto é que não escrevemos, Márê. E precisamos. Que bem lembro que as coisas eram mais leves dantes. E pode ser, não se sabe, que tenha alguma coisa a ver com isso, de escrever. E com todo o desprendimento que vinha com a escrita. E da falta de compromisso com qualquer coisa ou pessoa. Até nomes completos, lugares e profissões a gente, muito desavisadamente, deixava ali, para quem quisesse ver ou pesquisar. Não precisamos ir tão longe na regressão, que bem sabemos que a responsabilidade está aqui e não se pode fugir tanto.
E daí, voltamos?
Vamos ou ficamos?
Esse lugar ainda dá um caldo?
Pois começo a achar que sim.
Ou não.
Que bem podemos ir pra outro lugar e começar tudo de novo em novos ares.
Ou recomeçamos de onde paramos?
De qualquer maneira, recomeçar é preciso.
Que achas?
20 de novembro de 2009
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2 comentários:
Carol
Sou uma leitora de tempos atrás. Lia seu blog há alguns anos e por motivos tantos deixei de ler. Nada a ver com o blog, mas com a vida. Volto agora e me deparo com a pergunta. Nao resisto e respondo. Não pára, não. O blog acaba sendo um espelho. Nao do que somos mas de como estamos. E sumiço também faz parte disso. E a escrita leve de vocês passará por todos os perrengues. E eu estarei aqui lendo tudo.
beijos!
Suzi querida.
Mas veja que feliz coincidência essa de vc voltar a ler justamente quando o blog volta a dar sinais de vida.
E do blog voltar a dar sinais de vida justamente quando vc volta a ler.
De qualquer maneira, uma belezinha ler um comentário - totalmente inesperado, diga-se - tão otimista e incentivador.
Voltemos, pois.
A passos de tartaruga, mas ainda assim voltemos.
Besos!
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