19 de julho de 2008

Mas a verdade é que


Não apenas o blog aqui coitado foi abandonado, como também eu mesma nunca mais que li blog nenhum nessa vida. E o nunca mais que eu digo são dois, três meses sem ler nada de nada por aqui. Eu sou uma péssima administradora do tempo, eu sei. Uma época tinha cursos disso, de toda dinâmica da coisa e de – como é o nome mesmo? – tipo potencializar ao máximo o pouco tempo de que se dispõe. Tem um nome isso, eu acho. Mas o facto é que nunca fiz desses cursos que desde o primário eu precisaria, mãs.


E, portanto, não tenho tempo para nada. Só se trabalha nessa vida. Mas é que vocês não sabem, falando assim fica tudo muito genérico, mas a quantidade de trabalho é realmente assombrosa. Tudo na expectativa de colher os frutos num futuro incerto e não sabido. Mas a esperança, essa peste, sempre nos ronda e acaba fazendo com que essa rotina dos infernos se repita e repita indefinidamente.


Daí que a partir do momento em que se resolve atualizar o tal do blog, otomaticamente aparece aquela vontade incrível de se atualizar no mundo bloguístico como um todo, e pra variar se começa pelo primeiro da lista ali nas direitas. SÓ QUE Cris querida escreve mileduzentos posts por dia, e daí se começa a baixar as musiquinhas todas tão gentilmente compartilhadas e daí quando se vê, se está sozinhabandonada na sexta – que mata – à noite, toda animada e tomando cervejas. De 473 mililitros, que foram herança deixada do sábado passado, muito divertido, diga-se. Ocasião esta que me rendeu uma senhoura ressaca. Digníssimo espouso convivente e amigado ganhou de presente um narguile – sendo que não tenho condições e/ou vontades de procurar como diabos se escreve narguile neste momento –, sendo que desde abril constatei que ressaca de cerveja + narguile é 854983 vezes pior do que aquela usual velha amiga irmã camarada ressaquinha normal.


Perdi-me-me.


Então.


Pois as tais musiquinhas, somadas as cervejas de 473 mililililitros e à solidão total da sexta-feira, já que espouso convivente e amigado está na labuta, que trabalho por escala tem disso, acabaram por fazer que, não mais que de repente, não se sabe onde, como ou por que, surgisse em minha frente mais uma daquelas antiguidades que a gente sabe que tem, mas só a cerveja amiga ajuda a lembrar que.


Diário de 1991.


Eu tinha encontrado o famigerado quando estava de mudança, há quase dois anos, e na época tinha cogitado de escrever a respeito, como já foi feito naquela coisa do caderno de confidências. Vou ler com muita calma, mas só de revesgueio já vi coisas do tipo “não vou na festa do fulano, porque ele tem bafo de cerveja” – quem te viu, quem te vê –, ou ainda “ele disse que morava em tal lugar, mas acho que era só alugação”, e o mais rico vocabulário do tipo acavalhação, gazear e zonear. Ou seje.


Só em outra noute dessas com muita cerveja é que a leitura total será possível. Mas já aviso que 473 mililitros será pouco, muito pouco, para o que deve aparecer.

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