29 de dezembro de 2009

Voltamos do Rio Grande ontem, numa viagem - agora sim - calma e tranquila, de menos de dez horas. Nada daquela loucurada que foi a ida, a mais cansativa de todas.

Lá nos pampas, aquele calor descomunal de sempre. Trinta e cinco, trinta e seis graus, quase sem vento. E a gente procurando lugar para ir para pegar a menor brisinha que passasse.

Noite de Natal passada botando os bofes para fora, por conta da mistura de comidinhas leves e o clima ameno (chegada com "salsichão" - linguiça, para o resto do país -, dia seguinte com carne, pastel e cerveja, e mais os tais trinta e tantos graus). De modos que nem oi pude dar para a familiagem que se acumulava.

Sem muitos problemas, pois no dia seguinte o almoço de Natal é um repeteco da noite. Em meio às 94359033 perguntas de "melhoraste?", eis que de fato melhorei e foi tudo festa dali pra frente.

Hoje dormi, menos do que planejado, e vim para o escritório agora à tarde.

Mas só para descobrir que o telefone nem o interfone tocam, o calor ainda é grande, e as coisas por fazer, todas tão planejadas durante a folga de Natal, vão mesmo ficar para o ano que vem, que a paciência se esgotou, o ânimo não exisste e, afinal, isso não é vida.

A idéia era não deixar tudo acumulado para a primeira semana de janeiro, quando as coisas voltam ao seu normal, mas não há meios, porque trabalhar já vamos mesmo de qualquer maneira, e o ritmo aqui essa semana está lento que só. Daí que, decretei-me feriado até ano que vem, com pausa para um protocolozinho amanhã de manhã. Mas só.

A revolta da pipoqueira.

Que de correria eu entendo bem e vou deixar pra amanhã o que podia fazer hoje. Sem dor na consciência e com a maior e mais bem vinda preguiça dos últimos tempos. Afinal, uma das metas de 2010 e do resto da vida, é trabalhar esta ansiedade fiadamãe que me consome os pacová.

Modos que, feliz anonovo pra todos os milhares de vocês aí, e inté janeiro!

24 de dezembro de 2009

Ao invés de dez horas de viagem (já fizemos em nove horas e meia até), eis que demoramos mais de onze horas pra chegar aos pampas.

Muito movimento, chuva, neblina e caminhões por todos os lados.

Daí o que já era cansativo, virou esgotante mesmo.

Mas então chega-se ao destino, descarrega-se o carro, acomoda-se um pouco. Já não está aquele calorão típico da época, mas justamente por causa da chuva, o clima é o mais ameno possível. Agradabilíssimo, diria. E já se prepara para anoitecer, perto das nove da noite, tão diferente de Curitiba.

E se dá de cara com isso.



E se esquece de todo o cansaço (ou boa parte dele) e se lembra do quanto vale à pena vir reencontrar as pessoas, descansar o corpo e o espírito.

Porque isso aí em cima não é nenhuma novidade aqui não, é coisa corriqueira. A cada vinda a gente volta com pelo menos uma dúzia de fotos iguais a essa, tiradas aqui do quintal mesmo. Sem efeitos e sem nada, que não precisa.

21 de dezembro de 2009

Viagem à vista depois de amanhã.

E a maior preguiça do mundo de arrumar as coisas.

Nessas alturas eu juro que achei que não ia estar trabalhando assim tão intensamente. Até de calça jeans eu fui hoje pro escritório. E sapato baixinho, toda esporte.

Mas não adiantou.

Enganei todo mundo, menos os prazos.

Daí que amanhã começo o dia, cedo, em Colombo.

E depois volto pra fazer outras cousas de trabalho muito mais sério do que eu desejava. Pelo menos nessas alturas.

Natal no Rio Grande e Ano Novo em Curitiba, sem intervalo de tempo suficiente pra ir pra praia ou qualquer outro canto do mundo para a virada.

Não que eu fosse, que a preguiça – sempre ela – é grande.

Mãs.

É sempre bom ter a ilusão das opções abertas.

5 de dezembro de 2009

Das surpresas boas.

Algumas coisas acontecem pra dar aquele ânimo, aquele incentivo e pra recobrar aquela velha – porém cansável – fé nas pessoas. E na justiça dos homens, digamos.

Foi o caso de uma ação assim tão urgente que acabou mobilizando todo o escritório, de uma menina com caso sério sério de câncer, e que teve negado do plano de saúde um dos medicamentos pra sua quimioterapia. E que piorou drasticamente e precisava de tudo para ontem. E faz ação à noite, pra distribuir no outro dia, e corre daqui e corre dali, e fala com um e com outro. E a coisa faz efeito, e sensibiliza as pessoas, e corre tudo bem. Que é bom variar um pouco de tanta desgraça.

Quatro horas depois da distribuição, liminar deferida, mandado expedido na mesma hora, oficial de justiça que sai correndo e ligação no final da tarde de funcionário do próprio plano de saúde, dizendo que as guias já estavam todas liberadas.

E a alegre ligação pra mãe da menina, que, muito cansada, ainda consegue agradecer.

E daí se respira. E se consegue e se permite sentir o cansaço acumulado de todo o esforço de tudo que se faz nessa vida, que se tentou nessa e em outras causas, com ou sem resultado bom.

Que a vida tem disso, de surpreender. Pro bem também.

É bom pra lembrar e pra retomar o fôlego nessas alturas.