8 de setembro de 2007

Razões & Balanços

Pois dando seqüência à série “Abandono total do blog: a justificativa”, eis que finalmente re-apareço, depois de inacreditáveis e aceleradíssimos três meses e onze dias de sumiço virtual.

A vida, como muito bem disse Merilú, está mais dura do que nunca.

Não só pela correria de sempre com a falta de dinheiro usual, mas principalmente pelo acúmulo de anos da junção desses dois ‘fatores’, que faz a pessoa quase ter um peripaque no auge de seus recém completados vinte e nove anos.

Hora de pensar se vai ser o caso de se passar o resto da vida resolvendo os problemas alheios mesmo. Ou se finalmente vai ser colocado em prática o Plano B, de fugir para a praia e viver de amor & pesca.

Não acredito que chegue a este extremo, mas uma saída alternativa é a solução única que surge, brilhante e piscante, no fim desse túnel praticamente infindo em que nós mesmos nos colocamos. Solução única, bem entendendo, caso se queira chegar saudável aos quarenta. Se isso não for preocupação, o estilo de vida atual pode prosseguir.

Mas, no meu caso, é.

E todas essas reflexões são feitas, somadas à crise da qual inocentemente achei que estava alheia – a da chegada dos inta –, sem que a pessoa tome a decisão de uma mudança radical, porque algo por demais tradicionalista e extremamente careta ainda a prende em seguir a profissão para a qual foi preparada por cinco anos de faculdade, e seis outros de experiência prática.

E não que eu não goste, veja bem, que eu não sou assim tão louca. Há coisas que eu gosto, e muito. Tirando os atendimentos pessoais, os prazos curtos e sucessivos e todo aquele trabalho político de bastidores, eu gosto da coisa toda. Mesmo. Só que tirando tudo isso, sobra uma profissão bem diferente da atual, eis o problema.

Mãs.

Chega da rabugice.

Os vinte e nove me foram muitíssimo generosos e o balanço, no final das contas, é berrantemente positivo. Graças.

Amizades verdadeiras e duradouras. Daquelas que tanta gente passa a vida toda procurando ou tentando se convencer que tem, mas que não sabe nem de longe a felicidade de realmente tê-las. Um alívio, um alento. Ar fresco para se respirar nas turbulências. Né, filhas? E filhos também. Obrigada a vocês então, do fundo do coracebo, por essa coisa toda de a gente se fazer cada vez melhor uns aos outros.

Um amor tranqüilo, sem sabor de fruta mordida, mas daqueles que dão a força que nos falta, que nos faz imaginar como é que passaria por tudo isso sem ele, e agradecer por esta sorte imensa de ter as diarices mais banais acompanhadas de perto por alguém tão afim, sabe como. E de encontrar um companheiro fiel e incansável para se passar por esta existência às vezes tão ingrata. Né, cara de boi?

E a familiagem de ouro, por assim dizer. Criam, alimentam, educam, e depois ainda mantêm as bases e não cansam de receber e entender. O tal do amor incondicional. Acho que também não são todos os que passam por aqui contando com mais esta certeza, esta segurança, não importa como e nem porquê. Então, agradecidas a vocês por primeiro e também, família buscapé.

Duzentos e vinte e cinco assuntos misturados, vinte e nove anos mais confusos e agitados do que nunca, e eis que o balanço positivo surge, pra gente parar de se lamentar por pouco ou quase nada, perto da grandeza das cousas outras.

5 comentários:

MARIANA disse...

Éééé.

Ninguém passa imune aos quase trinta...rsrsrs

Mas como são bons os balanços, pra gente ter a real dimensão do que já foi construído e das pequenas grandes sortes que teve na vida, das quais tantas vezes nos esquecemos quando no embate com as lamentações pelo o que ainda não veio.

Kerol monamour, teus 29 serão tão cheios de amores e sortes como as idades que já passaram, somente porque tu és a pessoa que inspira tudo isso!

Loviúúú!

CAROLINA disse...

Õõõõmmm, que tão mais lindo isso seu, Merilú. Talvez porque direcionado a mim, a mim e maaais ninguém. Hahaha, ai ai menina.

Mas veja né, que os balanços são necessários, embora cada vez mais raros. Que te contar, o tempo está cada vez mais curto e toda a correria e trabalheira e cansaço, que eu chego a ficar com preguiça de refletir, assim.

O que é feio, muito feio. Eu sei.

Mãs. Acontece.

Mas o love é recíproco, bem sabes.

Aliás, love todas e todos iús.

Lys disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Lys disse...

Carol, saudade dos teus escritos, neguinha!

A crise dos -inta eu entendo muito, mas, quando se está a três anos de entrar nos -enta para não mais sair, percebe-se que ter trinta anos é a coisa mais linda. Te juro, é a melhor idade. Algumas poucas semanas após o fatídico aniversário, você vai perceber isso também.

Esse algo que "[...]ainda a prende em seguir a profissão para a qual foi preparada por cinco anos de faculdade, e seis outros de experiência prática" torna a virada de mesa praticamente impossível. Esse algo, no meu caso, chama-se segurança. Se não fosse tão apegada a essa contingência, já tinha abandonado tudo em favor do "amor & pesca".

Welcome back!

CAROLINA disse...

Lys, essa menina, quanto tempo!

Pois ausentei-me por demais deste mundão virtual, de onde pretendo não sair tão cedo.

Ó hein, vou acreditar em vc nessa história dos inta serem a mais linda idade ever, depois vou aí pra cobrar se não for nada disso!

Mas fé, muita fé. E que o balanço seja sempre bem positivo.