11 de dezembro de 2007

Sobrevivemos sim, Mary.

Aos trancos e barrancos, como sempre, mas sim.

Até que os trancos e os barrancos fiquem maiores e mais difíceis, ou até que se crie milagrosamente as coragens ou as vontades de mudar de verdade, ao que tudo indica assim prosseguiremos.

Não que isso seja lá uma previsão negativa, que de tudo há aprendizados novos. Acho eu.

Pra mim que foi um ano – ou talvez O ano – de total comprometimento com o trabalho. Ano de decidir de uma vez e se posicionar de acordo. Tanto que, também milagrosamente, as tais crises duvidosas de fim de ano quase que não tiveram espaço dessa vez, o que não deixa de ser um alívio. Sensação de caminho certo.

O problema é quando esse comprometimento acaba por comprometer propriamente cousas a mais do que a dedicação laboral, digamos, e vão-se todos para as saúdes da pessoa.

E problema maior, de verdade verdadeira, é quando se começa a ter um início de retorno de todo este comprometimento e a esperança de retornos maiores, que daí se vê o quanto vai ficando mais difícil se largar de vez tudo e viver de amor e pesca, como sempre foi o plano b. E que nunca passou e passará disso, um plano b, cada vez mais longe do a, que reina absoluto na vida real.

Daí que só fica aquela coisa mal resolvida dos sonhos não concretizados, e aquela nostalgia precoce e uma senilidade fora de hora.

Das viagens que não vão ser; dos exílios que não há mais tempo; dos longos períodos de despreocupação que não voltarão; e da demora em se acostumar com tudo isso; e da falta de vontade de se acostumar com tudo isso e da certeza de que ninguém jamais deve se acostumar com isso.

Tudo é questão de adaptação, acho. Mas às vezes se adaptar muito facilmente com as coisas é mais comodismo do que qualquer outra qualidade mais nobre.

Ou seja, confusão total.

De repente nem sobrevivemos, Mary. Só queremos achar que.

Questão de sobrevivência, sabe como.

2 comentários:

MARIANA disse...

É, Kerol.

Por isso que eu disse "aparentemente".

Um ano novo para nós, ao qual não precisemos sobreviver.

É um bom pedido, não é?

Besos!

_Maga disse...

Sabe meninas, um dos problemas do mundo moderno é essa exclusividade. Todos os anos tento realizar algo. Seja terminar o ano sabendo que fiz o melhor em uma atividade, ou realizar um sonho. Esse ano comecei uma pós em Literatura Brasileira! Consegui uma rotina de atividades físicas bem bacana, fui a todas as atividades culturais que pude - muitos livros, muito teatro, muita música. O duro é que o trabalho vai consumindo e a gente vai deixando. E porque não, também amar e pescar nos intervalos?

Sério mesmo, não caiam nesta armadilha. Trabalhem, sim. Bem e com vontade. Mas, não trabalhem ao ponto de se tornarem pessoas amargas.

beijos beijos beijos e um ótimo dois mil e oito a todas as Ah, é? Girls