24 de fevereiro de 2008

Cusco

*Suspiro longo*



*Suspiro longuíssimo*


Amor sublime amoRR.

Sobre Cusco, desde sempre, só ouvi coisas boas e, ainda assim, não só consegui me surpreender positivamente como passei a fazer parte da massa de visitantes que sai por aí recomendando às pessoas de todo mundo que não passem a existência sem conhecer Cusco.

Cidadezinha européia, com direito a frio congelante, céu cinza e chuva, arquitetura antiqüíssima e cercada de História por todos os lados.



Com a grande e calorosa diferença de estar na América Latina, onde se podem reconhecer todas as nossas características sociais e humanas. Detalhe este que pode ser tão bom quanto ruim.

O guia do city tour que fizemos pela cidade bem lembrou de que Cusco é a cara bonita do Peru, atrás da qual fica bem escondida a sua pobreza. Este mesmo guia ao nos mostrar as ruínas incas em volta da cidade não deixava de destacar o quanto a dominação dos espanhóis aniquilou a cultura do seu povo em nome da religião católica, o que mais tarde foi ingenuamente e em vão justificado com um: “naquele momento, a religião não estava em boas mãos”. “Pero, la religion nunca está em buenas manos”, disse ele.

Nas cidades anteriores, a constante abordagem nas ruas e pontos turísticos de vendedores ambulantes e crianças oferecendo coisas não foi tão intensa e incômoda quanto em Cusco, onde é bem mais acentuada em razão do maior turismo, além da pobreza geral evidente. Onde quer que fôssemos surgia sempre uma leva de mulheres e crianças vestidas com roupas típicas vendendo bonequinhos, gorros, mantas, souvenirs, etc, etc, o que nos obrigava a repetir incessantemente “no, gracias”, “no, gracias”...

Porém, tática realmente eficiente, e sedutora na mesma medida, eram das crianças peruanas vestidas como bonecas que apareciam sorrindo e perguntando se não gostaríamos de sacar una foto, o que custava normalmente 2 soles.

Teve uma que carregava uma alpaca bebê enrolada numa manta colorida que elas usualmente levam nas costas. Não houve como não sucumbir...

Algumas abordagens, no entanto, eram espirituosas:

City tour? No, gracias.

Passeio pelas Islas Flotantes? Já conoci.

Copacabana? Já fuimos.

La Paz? También.

Entonces, ...massage?

...

Chegou um momento em que não ter recebido pelas ruas a oferta da “massage” começou a gerar um tipo de mágoa x baixa estima.

Outro atrativo de Cusco é a noite. A boate sensação de Cusco, onde “ustede descobre que estás vivo”, o Mama África é um lugar de astral especialmente único, onde se fala todas as línguas e se encontra gente de todo o mundo e, também, onde a oferta é igualmente farta e, no caso, bem outra - se é que vocês me entendem.





Ir embora de Cusco é de cortar o coração.

Um comentário:

CAROLINA disse...

Mary! Cinco anos e meio depois, cá apareço pra comentar os posts todos! Menina, e que espetáculo isso, até fiiiirme tem pra ilustrar as cousas.
Agora, devo dizer que essa fama toda de Cusco ser a melhor cidade de todas, deixa-me aqui deveras curiosa. E as fotos todas, e as pessoas coloridas que parecem cartão postal e tudo mais.
E o Mama Africa, minina. Muito sucinta pra experiência, diga-se. Hahaha! Ta, ta.