3 de abril de 2008

Eu sou uma pessoa nervosa.

Nervosa tipo ansiosa, não nervosa-brava. Antes fosse, até. Que de repente era mais saudável, vá saber. O que daria uma conversa muita grande e cheia de reflexões e tudo mais.

Enfim.

O facto é que eu, pessoa nervosa que sou, fico deveras agoniada com o abandono total do blog. Não pensem que não, que mesmo depois desse tempo todo sem dar o ar da graça, é tudo muito angustiante. Foi uma aligria de viver ter visto aqui Merilú ressurgindo e movimentando as cousas dantes tão paradas pela velha conhecida falta-de-tempo-pra-tudo-nessa-vida-quanto-mais-pra-escrever-no-blog.

E foi é coisa que aconteceu durante este silêncio, que nem sonhando vai dar pra atualizar bonito. Perdi o jeito pra coisa, eu acho, disso de transmitir os acontecimentos quase que em tempo real, com as impressões fresquinhas e sem muito enfeite.

Um belo dia hei de retornar à velha forma, muita fé.

Sei que o Festival querido chegou e foi-se, e nada foi comentado por cá.

Na vida real, fomos às peças, umas muito boas e outras, pra variar, nem tanto assim. Das minhas foram nove ao todo, as quais – talvez sendo até pessimista pelo ritmo das cousas – provavelmente não vão ser contadas assim, como antes. Mas qualquer hora sei que surgirão, mesmo que espalhadas no ano, quem sabe, que daí não falta assunto e fica aquela coisa super agradável do monotema.

Sei também que mudanças radicais foram um fator comum na vida das pessoas por aqui, boas, ruins, atropeladas, repentinas e boas de novo.

Como cá falo por mim, que senão falo demais, as mudanças todas ficaram em torno do trabalho, sempre ele. Continuo lá no mesmo, como há quase nove anos, os outros (o outro, no caso) é que saíram. Mas não sem antes fazer a nhaca do ano – século, milênio – e deixar os remanescentes juntando os caquinhos. Tudo regado a mentiras, traições & ambição, no melhor estilo telecine action possível. Sobreviveremos, como de fato já estamos sobrevivendo, mas a tranco foi grande.

Ansiolíticos, vejam vocês. Só eles salvam.

Daí que tomei vergonha na cara e fui numa doutora endócrino pras gorduras todas que só se acumulam. E descobri que funciono ainda pior sob pressão, que além de não emagrecer, eis que chegou com tudo quase um quilo em um mês. Bem no mês do ‘tratamento’, veja. Um chuchuzinho.

E é claro que as boas, boníssimas, coisas de la vie estavam sempre lá, na alegria e na tristeza.

Um vinhozinho com os amigos no domingo à noite em véspera de semana pesada; um vinhozinho que se multiplica em quatro como que num passe de mágica nesta mesma noite de domingo véspera de semana pesada; semana pesada que demooooora pra passar, só pensando no próximo vinhozinho; chopps e mais chopps tomados antes, depois e nos intervalos das peças do festival; mesas de bar cheias de lembranças e histórias; pedir Freedom e ainda For All no botequinho, o não é pra todo mundo (pra não exagerar na piada interna, foram os dois pratos pedidos na noite, que coincidentemente deu nessa combinação poética que só. agora alie isso a quatorze cervezitas e se tem um discurso sobre as nuances da liberdade no mundo desde a era mesozóica até a contemporaneidade).

E ir vendo né, como vão e voltam e abrem e fecham e puxam e esticam e a vida acaba rumando pro seu curso à normalidade, e que a normalidade não é esse monstro de tédio, não, muito pelo contrário.

Ta aí pra quem puder ver, ou quiser.

Ou são os ansiolíticos, vá saber ;)

3 comentários:

MARIANA disse...

E haja ansiolítico e toda a sorte de anuladores de sensações desagradáveis! Ou isso, ou ser homem! Sendo que já não temos mais a segunda opção. Quem sabe numa próxima, num é mess?
Kerol, mas foram quatro vinhos então? Jisuis. Não tinha assimilado essa informação, nem mesmo depois de pagar a conta, veja vc, rsrsrsrsrs. Caramba...e a pessoa se apresenta no seu primeiro dia de trabalho novo nessa pós-condição ainda, tsctsctsc.
Ai ai.
Lembrando, claro, que as mesas de bar cheias de histórias regadas a vinhozinho(sss), chopps e liberdade para todos, é só o grande pretexto pra celebrar la vie e essa existência por vezes acachapante que vivemos!
Besos!

CAROLINA disse...

Lembrando também que não importa quantas mil cervejas sejam ingeridas pela pessoa, mas 'acachapante' nunca virá de 'capacho', não tem jeito. Taaaa louco.

Anônimo disse...

Carol, veja vc! Como entendo seus lamentos (etílicos?)...rs...Sabe que meu estimado bloguinho está às moscas tb. Sempre penso em desistir, mas daí posto alguma coisinha pra salvá-lo do abandono, lamentável. Sabe que essa história de vinho e a correia do dia-dia sem fim e tamanho,lembrou-me deveras do nosso Chico:
"Tá na hora de acordar
Tem a vida pra viver
(...)
Vinho branco pra esquecer"