9 de abril de 2007

Auto para Maria – Cordel de Amor



Espetáculo com texto escrito em cordel, e que aborda tradições ligadas a festas populares brasileiras. Maria, uma menina do interior do Brasil, é convocada pela Pomba do Divino (Festa do Divino) a encontrar um anjo que confia a ela uma grande missão: levar em segredo um tesouro que deverá se revelar nas terras onde é farto o pinhão. Durante sua viagem ao Paraná, Maria e seu noivo José encontram inúmeros personagens do folclore brasileiro, entre eles Caipora, Boi-Bumbá, Cazumbá, Iara, figuras de Reisado, Pastoril e Congada.

Pois então.

Apesar de ser deveras raro nesta vida, eis um caso em que a sinopse resume praticamente tudo o que acontece na peça. Tanto a ponto de não haver surpresas ou grandes impactos a partir de então. Mãs, vamos lá.

Tudo muito simples: Maria e José viajam pelo mundo afora para cumprir a missão que lhes foi confiada pelo Anjo, que agora vejo se tratar da “pomba do divino”, tendo como destino nada menos que cá, o nosso querido Paraná. A companhia é curitibana, nada mais natural. Para cumprir esta sua missão, o casal deve vencer as dificuldades, as intrigas, as tentações, contando por vezes com a ajuda daqueles que encontram pelo longo caminho até a terra dos pinhões.

A peça mistura atuação, música e dança, com alguns e simples recursos de palco, dentre os quais a projeção de imagens em telão. Aliás, simplicidade é a palavra de ordem aqui. E, acredito eu, que essa tenha sido mesmo a intenção do grupo. Só que, por uma questã de honestidade com o grande público, cá sou obrigada a dizer que em alguns pontos ela, a simplicidade, foi tanta, que beirou o amadorismo, pincelado por alguns momentos máximos de vergonha alheia.

Mas, não me entendam mal, que eu gostei sim de tudo isso. Não foi unânime, já digo, mas essa coisa simples deu todo um charme à coisa, que foi ela mesma uma genuína manifestação popular, como as tantas retratadas na história. E o texto escrito em cordel foi um ponto pra lá de positivo, completando este ar de tanta popularidade que presenciamos.

Não sei como funciona a escolha ou distribuição dos teatros para cada peça do Festival, mas até aí – coincidência ou não – eles acertaram, já que o Teatro Cultura é uma sala bem pequena e, não preciso dizer mas digo mesmo assim, simples.

Nada de extraordinário, mas simpática e bonita.

A peça ganhou o Troféu Gralha Azul na catigoria 'Adereço', de autoria de Andreza Crocetti que, por sua vez, também atuou na peça.

As fotos, aqui. E o site de divulgação da peça, para maiores informações, acá.

2 comentários:

MARIANA disse...

Ai ai ai.

Eu mesma fico contente, sabe, de saber que Kerol e as meninas gostaram dessa peça, ainda que achando tudo muito simplório, como realmente foi. Que eu fui a culpada no caso. Escolhi a peça e levei todo mundo comigo, pra assistir no único horário que calhava, às 11 de la mañana de um domingo(!!!). E tudo isso com uma super antecedência, dado o temorrr,(!!!), avaliem..., de perder uma peça de cordel tão bonitinha quanto parecia.

Cá tenho dúvidas se devo ou não me abster de comentários... mas a verdade é que achei tudo muito péssimo, desde a voz enjoada e artificial da protagonista Maria até aquela coisa deles bricarem de ciranda e cantarem em voz bem alta, em sobreposição à própria música, a maior parte do tempo. E as músicas eram bonitas, mas assim com todos eles cantando em sobreposição, não deu. Aí comparo com a peça que assistimos após esta, de teatro de bonecos e com cantorias mil tbém, em que os atores eram quem cantavam e tocavam os instrumentos e de como a qualidade de tudo saltou quilômetros de distância. E, veja, continuamos falando de simplicidade e regionalismo.

Ou seja, nada recomendável.

CAROLINA disse...

Hahahahaha!

Pois que eu mesma me abstive (?) de tecer o necessário comentário das cantorias em sobreposição às gravações originais das músicas, sabedora que era de que tu mesma havias de completar a lacuna. Essa parte realmente quase que não deu para aguentar, ou que dublem ou que cantem só eles, oras.

Mãs. Prossigamos felizes por esta vida afora.